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sábado, 13 de julho de 2013


HISTÓRIA DAS FESTAS DE S. JOÃO DE BRAGA RETRATADA EM CARTAZES


No Posto de Turismo de Braga esteve patente ao público uma exposição alusiva às Festas de São João, que resultou de uma recolha de Evandro Lopes. A mostra “As origens do São João de Braga – 1150 a 1978” é constituída por uma centena de réplicas de cartazes das sanjoaninas bracarenses e de recortes de textos que documentam as festividades ao longo dos tempos.“Um espólio único”. Foi desta forma que Vítor Sousa, presidente da Associação de Festas de S. João caracterizou a exposição ontem inaugurada no Posto de Turismo, intitulada ‘As origens do S. João de Braga, de 1150 a 1987’, da autoria de Evandro Lopes, inventariador e investigador.
Composta por uma centena de cartazes que, pela primeira vez na história da cidade, foram apresentadas ao grande público, a mostra retratou a história das festas sanjoaninas na cidade dos Arcebispos desde os seus primórdios ou, pelo menos, desde o tempo em que há acesso a registos escritos.

Com uma visualização e leitura atentas, os visitantes ficaram a conhecer um pouco de como os nossos antepassados, por exemplo, preparavam o programa das festas.
“Esta exposição reflete memória e sempre que tivermos oportunidade de reflectir a memória da nossa cidade, das nossas gentes, a memória do S. João, celebramos aquilo que denomino a alma da nossa cidade”.
Os trabalhos apresentados demonstraram ainda segundo o presidente da associação, o empreendedorismo, a dinâmica, a vontade existentes em diferentes épocas. “O S. João é uma festa que marcou momentos muito significativos, não só no concelho, mas fundamentalmente, na afirmação de Braga no contexto nacional. Houve momentos do S. João que foram históricos e que marcaram a cidade no panorama nacional”, prossegue o também vice-presidente da câmara de Braga.
Sob o ponto de vista da criatividade, os cartazes expostos demonstraram também o bom gosto e criatividade que sempre imperou na realização destas festas, sobretudo, no que diz respeito ao seu designe e imagem. Neste âmbito, o presidente da associação de festas destacou um homem que marcou de forma singular este percurso: o mestre José Veiga.
Vítor Sousa garantiu que o espólio vai continuar a ser pesquisado, considerando que se torna importante trazê-lo à luz pública permitindo às pessoas a possibilidade de conhecer este percurso. “No percurso do S. João está também muito do percurso das nossas gentes e da nossa cidade, do nosso concelho”. 
Nesse sentido, o responsável dirigiu, em nome da associação e do município de Braga, palavras de agradecimento e reconhecimento ao autor deste trabalho, “um homem preocupado com a busca da história, e fundamentalmente, com um trabalho de levantamento que não é fácil”.
Evandro Lopes, autor deste trabalho, confessou ter tido a ideia de fazer a história de Braga “tipo livro aberto”.
Depois de anos de pesquisa, o inventariador e investigador, chegou à conclusão de que as festas de S. João deverão ter 1700 anos. “Sempre que se encontra uma coisa muito antiga, nota-se que o S. João já existia”.
Com denotada paixão pela pesquisa e pela história em parte incutida pelo seu pai, Evandro diz que este trabalho fez parte da sua vida. 
“São coisas que fui guardando ao longo da vida”, disse o responsável, revelando que existem mais cartazes e que por isso, inicialmente, se pensou uma mostra que comportaria duzentos cartazes.


FUTURO MUSEU DEVERÁ ACOLHER ESPÓLIO DA ASSOCIAÇÃO DE FESTAS 

Durante a cerimónia de inauguração, Evandro Lopes lançou um desafio ao presidente da Associação de Festas de S. João no sentido que este espólio estivesse patente, de forma permanente, numa casa-sede da Associação de Festas de S. João, onde tantos os bracarenses, como os turistas que visitam a cidade, “possam situar-se no espírito do S. João”. 
O inventariador foi mais longe, ao dizer que a estrutura poderia albergar ainda objetos de grande valor histórico dados por particulares, objetos que retratassem a história de Braga. Na qualidade de presidente da associação e vice-presidente da autarquia bracarense, Vítor Sousa referiu que esta questão já justifica a criação de um museu da cidade. 
“Um museu da alma da cidade, da memória da nossa cidade. Este espólio, que não é da associação, mas de todos os bracarenses, é um espólio que vai continuar a ter caminho e merecerá nesse museu um espaço digno”.

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