HISTÓRIA
DAS FESTAS DE S. JOÃO DE BRAGA RETRATADA EM CARTAZES
No Posto de Turismo de Braga esteve patente ao
público uma exposição alusiva às Festas de São João, que resultou de uma
recolha de Evandro Lopes. A mostra “As origens do São João de Braga – 1150 a
1978” é constituída por uma centena de réplicas de cartazes das sanjoaninas
bracarenses e de recortes de textos que documentam as festividades ao longo dos
tempos.“Um espólio único”. Foi desta forma que Vítor Sousa,
presidente da Associação de Festas de S. João caracterizou a exposição ontem
inaugurada no Posto de Turismo, intitulada ‘As origens do S. João de Braga, de
1150 a 1987’, da autoria de Evandro Lopes, inventariador e investigador.
Composta por uma centena de cartazes que, pela
primeira vez na história da cidade, foram apresentadas ao grande público, a
mostra retratou a história das festas sanjoaninas na cidade dos Arcebispos
desde os seus primórdios ou, pelo menos, desde o tempo em que há acesso a
registos escritos.
Com uma visualização e leitura atentas, os visitantes
ficaram a conhecer um pouco de como os nossos antepassados, por exemplo,
preparavam o programa das festas.
“Esta exposição reflete memória e sempre que
tivermos oportunidade de reflectir a memória da nossa cidade, das nossas
gentes, a memória do S. João, celebramos aquilo que denomino a alma da nossa
cidade”.
Os trabalhos apresentados demonstraram ainda
segundo o presidente da associação, o empreendedorismo, a dinâmica, a vontade
existentes em diferentes épocas. “O S. João é uma festa que marcou momentos
muito significativos, não só no concelho, mas fundamentalmente, na afirmação de
Braga no contexto nacional. Houve momentos do S. João que foram históricos e
que marcaram a cidade no panorama nacional”, prossegue o também vice-presidente
da câmara de Braga.
Sob o ponto de vista da criatividade, os cartazes
expostos demonstraram também o bom gosto e criatividade que sempre imperou na
realização destas festas, sobretudo, no que diz respeito ao seu designe e
imagem. Neste âmbito, o presidente da associação de festas destacou um homem
que marcou de forma singular este percurso: o mestre José Veiga.
Vítor Sousa garantiu que o espólio vai continuar
a ser pesquisado, considerando que se torna importante trazê-lo à luz pública
permitindo às pessoas a possibilidade de conhecer este percurso. “No percurso
do S. João está também muito do percurso das nossas gentes e da nossa cidade,
do nosso concelho”.
Nesse sentido, o responsável dirigiu, em nome da
associação e do município de Braga, palavras de agradecimento e reconhecimento
ao autor deste trabalho, “um homem preocupado com a busca da história, e
fundamentalmente, com um trabalho de levantamento que não é fácil”.
Evandro Lopes, autor deste trabalho, confessou ter tido a ideia de fazer a história de Braga “tipo livro aberto”.
Depois de anos de pesquisa, o inventariador e
investigador, chegou à conclusão de que as festas de S. João deverão ter 1700
anos. “Sempre que se encontra uma coisa muito antiga, nota-se que o S. João já
existia”.
Com denotada paixão pela pesquisa e pela
história em parte incutida pelo seu pai, Evandro diz que este trabalho fez
parte da sua vida.
“São coisas que fui guardando ao longo da vida”,
disse o responsável, revelando que existem mais cartazes e que por isso,
inicialmente, se pensou uma mostra que comportaria duzentos cartazes.
FUTURO MUSEU DEVERÁ ACOLHER ESPÓLIO DA
ASSOCIAÇÃO DE FESTAS
Durante a cerimónia de inauguração, Evandro
Lopes lançou um desafio ao presidente da Associação de Festas de S. João no
sentido que este espólio estivesse patente, de forma permanente, numa casa-sede
da Associação de Festas de S. João, onde tantos os bracarenses, como os
turistas que visitam a cidade, “possam situar-se no espírito do S. João”.
O inventariador foi mais longe, ao dizer que a
estrutura poderia albergar ainda objetos de grande valor histórico dados por
particulares, objetos que retratassem a história de Braga. Na qualidade de
presidente da associação e vice-presidente da autarquia bracarense, Vítor Sousa
referiu que esta questão já justifica a criação de um museu da cidade.
“Um museu da alma da cidade, da memória da nossa
cidade. Este espólio, que não é da associação, mas de todos os bracarenses, é
um espólio que vai continuar a ter caminho e merecerá nesse museu um espaço
digno”.
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