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terça-feira, 10 de junho de 2014



FESTAS DE LISBOA/2014
MARCHAS POPULARES DE LISBOA DESFILARAM NO PAVILHÃO MEO ARENA


SEXTA-FEIRA – DIA 06 DE JUNHO DE 2014

MARCHA INFANTIL ABRIU A PRIMEIRA DAS TRÊS NOITES DE EXIBIÇÃO


Empunhando cravos de papel em celebração do 40.º aniversário do 25 de Abril, a Marcha Infantil organizada pela Sociedade de Instrução e Beneficência "A Voz do Operário" abriu na noite de sexta-feira (dia 6), as hostilidades na primeira de três noites em que os bairros da capital desfilaram no Meo Arena.
O conjunto, composto por crianças entre os seis e os 12 anos, apresentou-se extraconcurso, mas nem por isso deixou de revelar menos empenho do que os seis grupos que se apresentaram a seguir na competição. Por ordem, se exibiram as Marchas da Ajuda, São Vicente, Santa Engrácia, Bela Flor, Bairro Alto e Marvila.
O desfile desta sexta-feira, começou por volta das 22 horas e já a esta hora, as claques e torcidas dos seis bairros que se exibiram a seguir pela primeira vez perante o júri, tinham cantado por várias vezes ao despique.
Munidas de pompons, balões ou cachecóis personalizados, as centenas de pessoas que na última noite compuseram as bancadas do antigo Pavilhão Atlântico foram incansáveis no apoio aos seus vizinhos, familiares e amigos... e às crianças que todos acreditam ser o futuro de uma tradição nascida em 1932.
"Avança agora", indicava aos mais pequenos o responsável pelo conjunto infantil, Vítor Agostinho. Sempre sob o olhar atento dos adultos que garantiam que ninguém se esqueceria da coreografia, os marchantes com idades entre os seis e os 12 anos apresentaram-se em tons de azul claro, amarelo, vermelho e verde para celebrar o 40.º aniversário do 25 de Abril.
Nos arcos transportados pelas crianças mais velhas, os cravos de papel simbolizaram o momento e pouco tempo bastou para que a flor que se tornou histórica passasse também de mão em mão, coroando uma exibição em que a alegria dos pequenos foi visível.
A descontração contrastava com o nervosismo que se notava no rosto de muitos dos membros da Marcha de São Vicente que aguardaram para entrar na arena e inaugurar as exibições a concurso. As cores do vestuário - sobretudo vermelho e branco - combinavam com as das mesas que em breve completariam os arcos do conjunto que recriou a Feira da Ladra.


SÁBADO – DIA 07 DE JUNHO DE 2014

"CHEIROU A LISBOA" NA NOITE DE ALFAMA
ATUAL CAMPEÃ FOI UMA DAS SETE MARCHAS A CONCURSO QUE DESFILARAM NO SÁBADO, DIA 07, NO MEO ARENA. 


Arrepiante! É assim que se pode descrever o momento em que, neste sábado à noite, centenas de pessoas entoaram em uníssono no Meo Arena o hino não oficial de Lisboa - "Cheira Bem, Cheira a Lisboa". Entre as vozes, estava a da fadista Anita Guerreiro que, no ano em que celebra o 60.º aniversário como madrinha nas Marchas Populares, é homenageada pelo conjunto que protege há nove anos - o dos Mercados.
O grupo, que desfila extra concurso, abriu - pouco depois das 21.30 horas e em tons de branco, vermelho e preto - a segunda de três noites no antigo Pavilhão Atlântico e foi responsável por uma das surpresas da noite, ao permitir que a artista entrasse no recinto sentada num trono. Seria, ainda assim, sem adereços inovadores que, já perto das 00.30 deste domingo, se exibiria Alfama, atual campeã e, a avaliar pela primeira apresentação perante o júri, séria candidata à revalidação do título.
Com um figurino azul, verde e amarelo a fazer lembrar girassóis, o conjunto distinguiu-se pela alegria dos seus marchantes e pela sincronização dos movimentos. O desfile terminou com os padrinhos da marcha - a fadista Raquel Tavares e o apresentador João Paulo Rodrigues - a ser arrastados para fora da arena pelos membros do grupo, numa cena teatral a fechar a noite que deixou a claque de Alfama em delírio, enquanto o desapontamento era cada vez mais evidentes nos rostos dos marchantes de outros bairros.
Entre eles, estavam os de Alcântara, antepenúltimo grupo a desfilar e que, depois de horas a vibrar com os seus apoiantes de cada vez que se abria o pano dos bastidores, surpreendeu com a entrada das mulheres em carroças cujas rodas depressa se transformaram em arcos. Confiante e com um figurino em tons de azul, verde, vermelho, amarelo e laranja, o conjunto denotou, apesar da coreografia bem ensaiada, algumas hesitações.
Mais determinado, logo a seguir, foi o conjunto da Bica, medalha de bronze em 2013 e, que este ano, resolveu apostar na celebração da sardinha para tentar lutar pelo título. O peixe típico de arraiais deu forma, em quarteto, aos arcos em roxo, azul e rosa - as mesmas cores dos fatos. Neste caso, os marchantes entraram na área de competição num barco a que algumas retomariam no final, quando os aguadeiros haviam já recolhido várias sardinhas que se tinham soltado das suas roupas.
Por ordem, apresentaram-se neste dia as Marchas dos Mercados (extra-concurso), Lumiar, Mouraria, Campolide, Benfica, Alcântara, Bica e Alfama (atual Campeã).


DOMINGO – 08 DE JUNHO DE 2014

ULTIMO DIA DE EXIBIÇÃO, ONDE ARCOS E DISTRAÇÕES ATRAIÇOARAM AS MARCHAS NO PAVILHÃO
EXIBIÇÃO DO ALTO DO PINA, ATUAL VICE-CAMPEÃ, ERA A MAIS ESPERADA DA ÚLTIMA DE TRÊS NOITES NO MEO ARENA. AGUARDA-SE AGORA O “DESPIQUE” PARA O DESFILE DA AVENIDA DA LIBERDADE NA NOITE DE SANTO ANTONIO, DIA 12.


"São os nervos", assim desculpou-se este domingo, à saída do Meo Arena, uma marchante da Marcha do Alto do Pina, guardando o cigarro que acendera cedo demais. A atuação do atual vice-campeão era a mais aguardada da última de três noites no antigo Pavilhão Atlântico, mas, à semelhança das apresentações dos seis bairros que a precederam, não foi isenta de falhas.
Em tons de verde, rosa e branco, o conjunto entrou no recinto enquadrado pelos arcos em forma de canteiros de sardinheiras... e desde logo foi visível a dificuldade dos marchantes em mantê-los na vertical sempre que trocavam de posição. O erro mais flagrante aconteceria, ainda assim, quando, num momento acrobático, um homem quase caiu, manchando uma exibição até então sincronizada e que, a partir dessa altura e até final, ficaria marcada por algumas hesitações.
A insegurança do vencedor de 2011 e 2012 contrastou com a determinação da Madragoa, antepenúltimo grupo a desfilar e único a exibir-se descalço, em tons de laranja, branco e dourado. No ano em que trocou a habitual representação de varinas e pescadores pela chegada, no século XVI, dos escravos ao bairro, a marcha apresentou-se confiante e coordenada, mas poucos minutos bastaram para que um dos seus arcos em forma de escudo e livro se partisse, sem que os aguadeiros conseguissem recuperá-lo. No recinto permaneceria apenas a base - uma espingarda que, perto do fim, foi, tal como as dos restantes arcos, disparada, num momento inesperado, mas não tanto como o truque de magia protagonizado pelo Beato.
A surpresa foi revelada já na segunda metade da apresentação, quando, no lugar dos padrinhos que minutos antes tinham subido ao trono dedicado a Santo António e após se abrirem as cortinas vermelhas, apareceram as duas mascotes. Por essa altura, já o cavalinho (conjunto de músicos que acompanha cada marcha) parara várias vezes de tocar, para que os pregões que o Beato quis recordar ecoassem no Meo Arena. Não é, por isso, de estranhar que as personagens recriadas não sem indecisões fossem as da Lisboa antiga, desde os cauteleiros às vendedoras de limões, passando pelos engraxadores. Alguns vestiam-se de verde, branco e amarelo, outros de roxo, branco e rosa e os restantes de azul, vermelho e branco. Os arcos tinham a forma de janelas e eram bem mais discretos do que os da marcha que desfilara antes - Carnide.


Com um figurino em branco, preto, azul claro e vermelho, o grupo distinguiu-se ainda nos bastidores graças aos seus arcos iluminados e que, mais tarde, se dividiriam, cada um e com uma certa atrapalhação, num coração e em dois conjuntos de flores. Sempre a brilhar, estas seriam depois colocadas no trono de Santo António, imediatamente antes dos padrinhos do grupo participarem também na coreografia que visou declarar o amor de Carnide à cidade. O abandono do recinto traria, porém, um imprevisto indesejado, quando um dos marchantes se dirigiu, por engano, à entrada e não à saída.
As Marchas que exibiram-se neste último dia, foram as da Graça, Castelo, Belém, Carnide, Beato, Madragoa e Alto do Pina.

PROXIMA EXIBIÇÃO:
NOITE DE SANTO ANTONIO – DIA 12 DE JUNHO – AVENIDA DA LIBERDADE, COM ATUAÇÃO DE TODAS AS MARCHAS POPULARES DOS BAIRROS DE LISBOA.

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