FESTAS DE
LISBOA/2013
MARCHAS
POPULARES DERAM ESPETÁCULO NO PAVILHÃO MEO ARENA DURANTES TRES NOITES
Foram três noites de grande entrega por parte da
Marchas Populares de Lisboa que se exibiram no Pavilhão Meo Arena (antigo pavilhão
Atlântico). Com as bancadas repletas de muito público e até com direito a claques/torcidas
de cada bairro que puxaram pelas suas marchas aos gritos de “Ié, Ié, Ié, a
nossa marcha é que é” e “A nossa marcha é linda”, assim decorreram as
apresentações das marchas populares de Lisboa. Entre os marchantes, o ambiente
também foi festivo, pois todos queriam demonstrar o trabalho final depois de
três meses de ensaios. As primeiras exibições das marchas foram realizadas
durante três noites nos dias 7, 8 e 9 de Junho de 2013 e contaram para
atribuição de notas que depois serão adicionadas a segunda votação quando as
mesmas voltarem a se exibir na Avenida da Liberdade na noite de Santo António
(dia 12), em Lisboa.
RESUMO DA
ATUAÇÃO DAS MARCHAS NO PAVILHÃO MEO ARENA
DIA 7/JUNHO
(SEXTA-FEIRA)
MARCHAS POPULARES AQUECERAM O MEO ARENA NA PRIMEIRA
NOITE DE EXIBIÇÕES
Começou nesta noite a grande festa das marchas
populares de Lisboa. Em noite de jogo da seleção, o jogo foi outro no Meo Arena
(antigo Pavilhão Atlântico), também cheio e a vibrar como o Estádio da Luz.
Aos gritos de
"Ié, Ié, Ié" e "A Marcha é Linda", as claques dos bairros
puxaram pelas suas equipas. Nesta primeira das três noites de apresentações,
entraram em campo as marchas de Belém, Ajuda, Benfica (que está de regresso à
competição), Beato, Castelo e Marvila. A abrir, como sempre, estiveram as
crianças da Marcha Infantil Voz do Operário.
MARCHA INFANTIL VOZ DO OPERÁRIO
Uma chuva de palmas do muito público
presente recebeu as crianças da Voz do Operário. Participaram extra-concurso e
foram uma das marchas mais acarinhadas. Este ano, os pequenos marchantes
desfilaram sob o signo da água, evocando profissões de antigamente em Lisboa.
Vestidos de aguadeiros, os rapazes foram de barril ao ombro; vestidas de
varinas, as raparigas levaram canastas e sardinhas.
MARCHA DE BELÉM
A marcha de Belém entrou em campo de
azul, branco e rosa vestida, levando como tema "Belém, cais de
partida". Foi de Belém que Portugal deu novos mundos ao mundo e é isso
mesmo que a marcha mostrou, recriando a partida dos marinheiros e com ninfas do
Tejo e chorar.
MARCHA DA AJUDA
De capote e espada, a marcha da Ajuda
apresentou o tema "A história do Marquês de Pombal", evocando a vida
palaciana do século XVIII e as lutas dos capotes brancos (guarda pessoal do
Marquês de Pombal) contra os capotes pretos (guarda do primo do rei).
MARCHA DE BENFICA
A marcha de Benfica, regressou à
competição, com os padrinhos a entrarem de carroça! As tradições rurais voltaram
a estar em destaque, com carroceiros de cartola e mulheres do campo vestidas
para a festa.
MARCHA DO BEATO
O Beato entrou a cantar "Cheira
bem, cheira a Lisboa", com os arcos retratando as bancas de mercado. A
marcha mostrou as tradições do bairro, com especial destaque para os mercados.
Tudo se desenrolou num ambiente de arraial popular, com vendas, namoricos e
muitas piscadelas de olhos.
MARCHA DO CASTELO
A marcha do Castelo entrou em cena com o tema
“Lavadeiras e soldados enamorados”. De vermelho e dourado vestida, a marcha
evocou os soldados que outrora defenderam o Castelo e as lavadeiras do bairro.
Nos arcos, ameias e corações apaixonados.
MARCHA DE MARVILA
Coube a este bairro da
parte oriental de Lisboa encerrar a primeira noite de marchas. Com o tema
“Carrossel de fantasia”, os marchantes com máscaras douradas evocaram
o antigo carrossel do bairro chinês, palco de muita brincadeira.
DIA 8/JUNHO (SÁBADO)
MARCHAS POPULARES DERAM ESPETÁCULO NA SEGUNDA NOITE
DE EXIBIÇÕES
A grande festa das marchas populares de Lisboa
voltou a aquecer o Meo Arena (antigo Pavilhão Atlântico), na segunda noite de
exibições. No sábado passado, as marchas que se apresentaram a concurso
arrastaram atrás de si claques numerosas que nunca se cansaram de cantar e
puxar pelos seus. E como manda a tradição, os gritos de "Ié, Ié, Ié"
e "A nossa marcha é linda", voltaram a ecoar nas bancadas.
MARCHA DOS MERCADOS
Foram os primeiros a entrar no Meo Arena.
Participaram extra concurso, mas a garra é de quem luta pelos lugares cimeiros.
Com o tema "Quem me acaba o resto", os comerciantes marchantes
retrataram o dia a dia dos mercados de Lisboa.
MARCHA DA PENHA DE FRANÇA
Com o tema "As Luzes de Lisboa", a
marcha recriou a antiga procissão do Ferrolho, que terminou em grande alegria
na tasca do Ferrugento. Mostrou ainda os vitrais das igrejas e os típicos
candeeiros de Lisboa.
MARCHA DE CARNIDE
De prata e vermelho vestida, a marcha apresentou o
tema "Cem anos a criar Teatro". O Teatro de Carnide/Sociedade
Dramática comemorou o seu centenário e a marcha prestou a devida homenagem.
MARCHA DE SÃO VICENTE
"São Vicente pintado a azulejo" foi o
tema. Vestida de azul e branco, a marcha apresentou criadinhas e fidalgos, acendendo
com as suas vozes a chama que tornou os bravos imortais.
MARCHA DA MOURARIA
"Mouraria, escola de fado" é o tema. Bairro
fadista, a Mouraria retomou a tradição, entre xailes e guitarras. A marcha
recuperou uma letra de 1968 e fez uma alusão à sua escola de fado. Os
marchantes vieram trajados com vestidos de vermelho, preto e branco.
MARCHA DE SANTA ENGRÁCIA
Vestida de vermelho e ouro, a marcha apresentou o
tema "Santa Engrácia, mascarada de sedução". Evocou os antigos bailes
da corte, com muito brilho nos arcos e figurinos.
MARCHA DE ALCÂNTARA
De verde e branco, os marchantes foram recebidos
por uma claque vibrante. Com o tema "Lisboa alfacinha, com Alcântara no
coração", a marcha fez uma homenagem à cidade, mostrando vários
monumentos, o fado, quiosques e varandas.
MARCHA DE ALFAMA
"Al Hamma, gentes de trabalho" é o tema
que Alfama apresentou. Vestida de verde, azul e branco, evocou as suas raízes árabes.
Mas também mostrou antigas profissões, com lavadeiras e aguadeiros. Os arcos
foram volumosos, mas leves.
DIA 9/JUNHO (DOMINGO)
MARCHAS DISSERAM ADEUS AO PAVILHÃO COM PROMESSAS
PARA A AVENIDA
Foi com casa cheia e festa rija que as marchas
populares de Lisboa de despediram do Meo Arena (antigo Pavilhão Atlântico).
Como sempre,
um público vibrante e cheio de garra, aos gritos de “Ié, Ié, Ié” e “A nossa
marcha é linda”, incentivou os marchantes. “Vamos ser novamente campeões.
O Alto do Pina é que é”, disse Palmira Lucas, 47 anos. Ao lado, Maria João, 40
anos, puxou pelo Bairro Alto: “Somos os melhores; nós é que vamos ganhar”.
Entre os marchantes, imperou a alegria. E mesmo
antes de entrarem no pavilhão, já perspetivavam o desfile na avenida: “Vamos
arrasar”, prometeu Vanda Bettencourt, 36 anos, que desfila desde
os 12 pela Madragoa. “É uma alegria desfilar pelo meu bairro. Descer a
avenida nas marchas é algo que se deve fazer pelo menos uma vez na vida”,
relata Inês Viegas, 19 anos, dos Olivais.
MARCHA DA MADRAGOA
Com o tema “Madragoa na faina
dos novos mundos”, abriram a última noite de exibições. Pescadores e varinas
evocaram as tradições do bairro. E como sempre, marcharam descalços e dançaram
o vira. O mar esteve sempre presente: desde o rei Neptuno aos peixes e medusas.
MARCHA DOS OLIVAIS
A cor dominante foi o laranja. A
marcha apresentou o tema “Lisboa, a ti se confessa”, numa homenagem ao seu
padrinho, António Calvário. Na memória de todos, ainda está bem vivo o tema
“Oração”. E é em estreia absoluta nas marchas que os Olivais apresentaram a
madrinha Madalena Iglésias.
MARCHA DO LUMIAR
Lumiar desfilou com muita cor e
movimento, ou não fosse o tema “Lisboa e as sete colinas emolduradas pelo
arco-íris”. De regresso à competição, encheu de cor o desfile.
MARCHA DA GRAÇA
A Graça entrou cheia de “graça”. O
tema é “Graça, trono de Lisboa”, Eles foram de acendedores de candeeiros e elas
de vendedoras de flores. Numa das marcações, a marcha recriou a Procissão do
Senhor dos Passos da Graça, considerada a mais antiga do País (teve início em
1787).
MARCHA DA BICA
Com fatos dourados, os marchantes da
Bica apresentaram o tema “O nosso rio é de ouro, mas o peixe é de prata”. Os
arcos mostraram antigos galeões. Uma curiosidade: os corações dourados, a fazer
lembrar a filigrana, foram feitos com esfregões da loiça. O resultado encheu o
olho.
MARCHA DO ALTO DO PINA
Uma claque vibrante recebeu a marcha
do Alto do Pina, que tentará defender o título com o tema “A chegada dos
portugueses à China”. Mostrou o encontro entre o Ocidente e o Oriente, com
arraiais e dança do dragão.
MARCHA DO BAIRRO ALTO
É com esta marcha terminou a última
noite de exibições. “Bairro Alto quinhentista, do jornal e do artista” foi o tema.
Evocou a Lisboa do tempo de Eça de Queiroz e as tertúlias literárias. A
tradição dos jornais esteve patente num acessório em forma de tipografia.
Terminadas as exibições no Meo Arena, é agora tempo
das marchas afinarem os pormenores para o grande desfile na Avenida da
Liberdade, na noite de 12 para 13 (Noite de Santo António).
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